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BI: Redimensionado a Perspectiva de Negócios

Este artigo não trata de nada visionário, e sim de uma realidade. Nos dias de hoje, não basta possuir informação para se obter o poder; é preciso fazer bom uso dela e com isso gerir outros negócios.

Conforme LANDES (1994) o final do século XIX caracterizou-se por um período de desaceleração da economia e desgaste dos avanços da primeira revolução industrial. No entanto, por outro lado, a virada do século é caracterizada por uma mudança da situação econômica. O mesmo cita: "Essa desaceleração só foi revertida por volta da passagem do século, quando uma série de grandes avanços abriu novas áreas de investimento. Esses anos assistiram à vigorosa infância, senão ao nascimento, da energia e dos motores elétricos; da química orgânica e dos sintéticos; do motor de combustão interna e dos dispositivos automotores; da indústria de precisão e da produção em linhas de montagem – um feixe de inovações que mereceu o nome de segunda revolução industrial." 

Nesta segunda revolução industrial, o sistema capitalista é consolidado, a ciência e a tecnologia se casam e surge uma nova base técnica, a qual se caracteriza pela indústria eletromecânica. Este tipo de indústria potencializa a divisão do trabalho como conseqüência do tipo de equipamento. Por conseguinte, há um aumento de produtividade e de acúmulo de capital.

Estamos hoje na "Era da Informação"! e nela um novo período na vida empresarial e na área de negócios. Esta etapa esta marcada como uma etapa inovadora, onde prevalece a criação, adequação das necessidades, o que algumas empresas acham uma etapa fantástica, outras acham uma etapa tenebrosa, pois é nela que muitas empresas se firmam (tem êxito) ou são aniquiladas por completo. Com esta etapa, surgem segmentos de mercado ao abrir e fechar os olhos, parcerias, negócios virtuais e muitas outras coisas que de certa maneira se antepõe ao profissional hodierno. Com esta nova era, torna-se necessário controlar o crescimento e o uso da informação, para que o recurso não seja utilizado de forma incorreta e ineficiente. Antônio Mañas diz que a informação transformou-se em recurso fundamental em qualquer organização.

Na teoria desenvolvida por Saracevic (1981), a informação é vista como um conjunto de dados que possuem valor no processo de tomada de decisão. Sob este aspecto, a informação é associada a um valor (seja ele estético, moral, ético, econômico ou social) que afeta as decisões humanas, de qualquer tipo. Relacionada a esta definição há uma importante questão que deve ser considerada: a informação isoladamente não apresenta valor próprio; ela apenas tem valor quando utilizada em algum processo de decisão. Não é a informação propriamente dita, mas sim o seu uso, o que a torna útil para o indivíduo e a sociedade.

Para gerar, armazenar, acessar, analisar e gerenciar a informação é utilizada a Tecnologia da Informação, que abrange os métodos, o software e a infra-estrutura que suporta o uso de sistemas de informação. A TI pode auxiliar as empresas a se conhecerem, a descobrir seus potenciais e desenvolver suas aptidões.

Em meio a toda esta avalanche modernizadora, está o BI, ou seja Business Inteligence (Negócios Inteligente), através do mesmo consegue-se uma vantagem competitiva.

O objetivo deste artigo é redimensionar a perspectiva dos negócios através do BI. Poderemos utilizar um OLAP (On Line Analytical Processing) e ferramentas de mineração de dados conhecido também por Data Mining para realizar um aprendizado a partir dos dados históricos analisando relações de causa e efeito, comparações de variáveis de input com padrões existentes e descobrindo alguns padrões escondidos, ou um Sistemas de Suporte à decisão (DSS), ou até mesmo Sistemas de informações executivas (EIS). Poderemos também fazer o processamento do SAD (Serviço de Apoio a Decisão) cujo seu alicerce é o Data Warehouse, onde fica nada mais que as informações históricas de clientes (físicos e/ou jurídicos), a maior parte dos mesmos com pelo menos 24 horas de existência.

Podemos utilizar também a tecnologia de um DataBase Marketing. Ele é um sistema integrado de recursos informacionais, projetado e administrado pela Inteligência de Marketing, com a finalidade de apoiar as decisões mercadológicas da empresa.

Outra tecnologia que poderemos utilizar são os Sistemas Integrados de Gestão – ERP. Os sistemas de planejamento e gestão dos recursos da empresa (financeiros, humanos, materiais e de produção), formam a espinha dorsal do tratamento da informação, no nível operacional e de controle e também um JIT (Just in Time), que é uma ferramenta que busca localizar falhas e melhorar continuamente o processos industriais além da diminuição gradativa dos estoques intermediários da produção, permitindo o gerenciamento dos fluxos de materiais de forma contínua e homogênea. O mesmo traz o material para a fábrica conforme a necessidade, evitando o desperdício, o que se traduz em diminuição de custos de produção. 

Qualquer tecnologia que utilizarmos para nossos negócios, pois existem muitas outras, se não tivermos uma Gestão do Conhecimento poderemos utilizar n tecnologias que não teremos êxito. Antes de mais nada, vamos entender então o que vem a ser o tal conhecimento.

Kujiro Nonaka descreve três observações entre conhecimento e informação. A primeira é que conhecimento ao contrário da informação, diz respeito a crenças e compromissos. O mesmo define conhecimento como uma função de uma atitude, perspectiva ou intenção específica. A segunda é que conhecimento, ao contrário da informação, está relacionado a ação, é sempre o conhecimento “com algum fim”. E terceira, o conhecimento como informação diz respeito ao significado, é específico ao contexto e relacional.

Nonaka também considera conhecimento como um processo humano dinâmico de justificar a crença pessoal com relação a “verdade”. É neste contexto que ele frisa que a informação proporciona um novo ponto de vista para a interpretação de eventos ou objetos, o que torna visíveis significados antes invisíveis ou lança luz sobre conexões inesperadas. Por isso, a informação é um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. O mesmo nos mostra a informação através de duas perspectivas: A informação “sintática” (ou volume de informações) e a informação “semântica” (ou o significado).  

Na informação sintática o fluxo de informações é medido sem levar em consideração o significado inerente, já na informação semântica, é nela que se concentra o significado transmitido, e ela que será mais importante para o conhecimento. Assim informação é um fluxo de mensagens, enquanto conhecimento é criado por este próprio fluxo de informação, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor.  

Thomas Davenport diz que Conhecimento é a informação mais valiosa e, conseqüentemente, mais difícil de gerenciar. É valiosa precisamente porque alguém deu a informação um contexto, um significado, uma interpretação; alguém refletiu sobre o conhecimento, acrescentou a ele sua própria sabedoria, considerou suas implicações mais amplas. 

Atualmente o mercado reconhece que um conjunto de competências e conhecimentos, bem geridos e tratados, pode lhes render grande vantagem competitiva. Esta é a idéia de Business Intelligence: as informações são coletadas dos sistemas legados e integradas de forma organizada e estruturada dentro de uma base de dados, orientada para o negócio, e projetada para análises e consultas que auxiliam no processo decisório da organização.  

O conhecimento sobre o negócio está diretamente relacionado ao significado do dado contido no Banco de Dados. Para o corpo gerencial e estratégico da organização, estes dados quando transformados em informação possuem um valor inestimável, pois são a chave para se obter vantagem competitiva e/ou o diferencial. 

Todas as ferramentas e recursos citados acima, possuem em comum a necessidade do levantamento prévio e conhecimento do negócio. Para aplicarmos qualquer tecnologia, precisamos antes de mais nada, conhecer nossa empresa e sua meta. As tecnologias não podem ser encaradas como uma medicina que erradicará o mal que existe em uma empresa, pois as mesmas deverão ser encaradas com muita seriedade, comprometimento e dedicação. Não são ferramentas que com um curso de algumas horas foram assimilados e prontos para o uso. São conceitos abrangentes e negociais que deverão ser adotados pelas empresas, implementados como elementos num processo de conhecimento de mercado e de negócios, que envolve o levantamento das características particulares do bem mais precioso da empresa moderna: a Informação. 

Por Business Intelligence compreendemos técnicas, métodos e ferramentas que possibilitam ao usuário analisar dados e com base nestas análises emitir respostas que possam subsidiar objetiva e confiavelmente os processos de decisão numa empresa. Inteligência é o resultado de um processo que começa com a coleta de dados. Esses dados são organizados e transformados em informação, que depois de analisada e contextualizada se transforma em inteligência. Essa, por sua vez, quando aplicada a processos de decisão geram vantagem competitiva para a organização. Conhecimento do negócio na era da competição global e das comunicações on-line, passou a ser chamado de Business Intelligence (BI) ou Inteligência de Negócios (IN). 

Através destas palavras Business Inteligence, se esconde o diferencial tão esperado pelas organizações empresarias por décadas e décadas. Através do BI, mudamos completamente as perspectiva de Negócios. Passamos de simples passivo como LANDES (1994)  mencionou no inicio deste artigo, para ativo, procurando sempre um diferencial competitivo que nos torne uma referencia para as demais empresas. Não é mais um termo bonito, que esta na moda, é apenas uma realidade que não se pode ignorar.  

Claro que para trabalharmos com BI, temos também que pensar na Segurança das informações que serão trabalhadas. Aqui deverão ser tratados todos os aspectos relacionados a segurança, monitoração e tuning. Os cuidados na proteção dos dados são proporcionais à integração entre Tecnologia da Informação, negócios e processos. 

Um BI, tem que ter uma flexibilidade e facilidade de análise das informações serão fundamentais para as empresas que querem ter vantagem competitiva e otimizar resultados 

Conclusão  

Mesmo com tantas tecnologias da informação, em um BI o profissional não poderá abrir não poderá abrir mão de um pensamento estratégico, ou seja, ter alguma estratégia que lhe permita a oportunidade de permanência no mercado ao qual pretende se viabilizar. 

Sempre existirá uma batalha que servirá para criar e manter vantagens competitivas em ambientes dinâmicos. O BI auxiliará no realinhamento entre a organização e o ambiente que influi na realização dos objetivos organizacionais. 

Com todas estas tecnologias a sua disposição, não há duvidas que o caro leitor terá uma nova perspectiva em seus negócios, extraindo dos mesmos um ótimo diferencial e conseguindo assim, ser um grande referencial para as demais organizações. 

Através de BI, podemos ter benefícios como: antecipar mudanças no mercado, antecipar ações dos competidores, descobrir novos ou potenciais competidores, aprender com os sucessos e as falhas dos outros, conhecer melhor suas possíveis aquisições ou parceiros, conhecer novas tecnologias, produtos ou processos que tenham impacto no seu negócio, conhecer sobre política, legislação ou mudanças regulamentais que possam afetar o seu negócio, entrar em novos negócios, rever suas próprias práticas de negócio, auxiliar na implementação de novas ferramentas gerenciais. 

Referências:

DAVENPORT, Thomas H. Ecologia da Informação. São Paulo: Futura, 1998.

FAJNZYLBER, Fernando. La industrialización trunca de América Latina. México: Nueva Imagem, 1983.

INMON, W. H., Como Construir o Data Warehouse, Rio de Janeiro: Campus,  1997.

LANDES, D. Prometeu Desacorrentado: Transformação Tecnológica e Desenvolvimento Industrial na Europa Ocidental, desde 1750 até a Nossa Época. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

MAÑAS, Antonio, Administração da Informática, São Paulo: Érica, 1994.

NASH, Ed., DataBase Marketing, Ferramenta Atual e Decisiva do Marketing, São Paulo: Makron,  1994.

NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de conhecimento na empresa - como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997

SARACEVIC, Tefko, WOOD J. B. Consolidation of Information. Paris: Unesco, 1981.

SHAW Robert & STONE Merlin, Marketing com Banco de Dados (DataBase Marketing), São Paulo: Atlas, 1993.

http://www.brodbeck.com.br
http://www.bmconsultores.com.br
http://www.kpinformatica.com.br
http://www.br-business.com.br/brb/glossario.htm

Autor: Wolmer Ricardo Tavares
Email: revista@developers.com.br
Biografia: Wolmer Ricardo Tavares é graduado em Matemática e pós-graduado em Análise de Sistemas e Análise de Negócios e Informações. Atua como professor da FATEC - Faculdade de Tecnologia e Ciências de Conselheiro Lafaiete.

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